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“Somos frutos da vontade de Deus”, diz missionária que nasceu de um adultério

Em declaração dada durante um podcast, a missionária Edméia Williams lembra as lutas que passou por ser filha de outro relacionamento do seu pai e como Deus a ajudou a superar esse drama

“Somos frutos da vontade de Deus”, diz missionária que nasceu de um adultério
Missionária Edméia Williams fala como o amor cristão de sua madrasta foi fundamental para sua vida cristã. Foto: Igreja Hebrom/ divulgação/ reprodução internet

Por Cristiano Stefenoni

“Aqui neste planeta não havia uma pessoa que quisesse que eu nascesse. Mas Deus disse: Eu quero, vai”. A forte declaração dada pela missionária Edméia Williams, durante uma entrevista no Podcast do Balaio, revela mais um lado da vida de lutas e vitórias de uma das maiores conferencistas cristãs da atualidade. Fruto de um caso extraconjugal de seu pai, ela viveu o drama de transformar a maldição de ser “bastarda” na benção de ser “filha de Deus”. Hoje ela usa seu testemunho para encorajar outras pessoas a seguirem em frente quando tudo parece dar errado.

A missionária conta que o seu pai era da Guiana Inglesa, estudou na Inglaterra, depois foi para o Mar do Caribe, em Barbados, onde conheceu a sua esposa. Depois, vieram para o Brasil e tiveram seis filhos. No caso da Edméia, ela nasceu de um caso de adultério do seu pai. Mesmo assim, ela conta que foi acolhida por sua madrasta.


“A minha madrasta foi o espírito cristão que Deus botou nesse caos. Abundou o pecado, superabundou a sua graça. Ela para mim é um exemplo de vida cristã. Amou a criança (Edmédia), fez os filhos dela serem meus irmãos”, conta a missionária.

Sobre ser considerado um “peso”, um “bastardo”, um “fruto do pecado”, por conta de um ato extraconjugal, a missionária afirma que só é possível se libertar desse fardo quando a pessoa conhece a Jesus e passa a entender o Seu amor por nós.

“Todas as vezes que um homem se deita com uma mulher, seja casado ou não, ele entra numa ‘legalidade de Deus’. Ali, Deus pode trazer uma vida que está com Ele na eternidade. É Deus que criou você e criou porque quis, porque determinou e tinha um propósito específico para você. Não somos produtos da vontade de um homem ou de uma mulher, somos produtos da vontade daquele que fabrica (Deus)”, ressalta Williams.

A missionária faz questão de enfatizar, que de forma alguma faz apologia ao adultério, mas sim que Jesus é capaz de restaurar a vida de alguém que se sente um bastardo, discriminado perante a sociedade.

Ela lembra ainda que a responsabilidade em quebrar uma regra de Deus é dos que adulteram e não dos filhos que nasceram desse ato. “O pecado é de quem cometeu, não seu. Quem te fabricou foi Deus e por isso Ele é responsável por você”, afirma.


Deus é um especialista em transformar maldição em benção


Para o Pr. Bruno Caetano Simplício, presidente da Igreja Batista Atitude no Espírito Santo, assim como o testemunho da missionária, a Bíblia está repleta de histórias em que Deus transformou maldição e benção. Entre elas, ele cita o drama vivido por José do Egito (Gênesis 50:20), quando seus irmãos o venderam como escravo, mas Deus usou essa tragédia para salvar a nação de Israel e muitas outras pessoas da fome.


Também a história de Rute, a moabita (Rute 4:13-22), quando ela pertencia a um povo amaldiçoado (Deuteronômio 23:3), mas ao se unir ao Deus de Israel, tornou-se bisavó do rei Davi e parte da linhagem de Jesus. “Temos também Raabe (Josué 2; Mateus 1:5). Ela era uma cananeia e prostituta, mas sua fé em Deus a fez ser resgatada e integrada ao povo de Israel, tornando-se ancestral de Jesus Cristo”, lembra Simplício.


O pastor enfatiza que Deus permitiu que esses exemplos fossem registrados na Bíblia para mostrar que o Seu amor não se limita às circunstâncias do nascimento ou aos pecados do passado para cumprir Seu plano.


“A origem não define o destino. O valor de uma pessoa não está nas circunstâncias do seu nascimento, mas no propósito que Deus tem para ela. Em João 1:12, a Bíblia diz: ‘Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome’”, justifica.


Simplício ressalta ainda que Deus é Pai dos órfãos e rejeitados. E cita o Salmo 27:10 que diz: “Se meu pai e minha mãe me abandonarem, o Senhor me acolherá”. E Romanos 8:1: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”.


“O passado pode ter marcas, mas não determina o futuro. A graça de Deus é maior que qualquer pecado. Todos somos pecadores e dependemos da graça. Jesus não tratou as pessoas com base em sua origem, mas em sua fé e coração (João 8:10-11). Portanto, quem nasceu em circunstâncias difíceis pode encontrar plena aceitação em Deus e na verdadeira família da fé”, afirma o pastor.


Jesus tem o poder de quebrar maldições


O pastor Simplício destaca que o testemunho da missionária Edméia é um exemplo poderoso de como Deus transforma vidas. Ele explica que a ideia de ‘maldição hereditária’ aparece no Antigo Testamento (Êxodo 20:5-6), mas a própria Bíblia mostra que isso não é um decreto inquebrável e cita Ezequiel 18:20:


“‘O filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a iniquidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele’. Toda maldição é quebrada quando colide com a cruz de Cristo. Isso significa que qualquer pessoa, independentemente da sua origem, pode romper padrões negativos e viver um futuro abençoado em Cristo”, ressalta o pastor.


O pastor diz ainda que a igreja precisa fazer a sua parte e refletir o coração de Deus, que acolhe e restaura. “Algumas direções práticas: oferecer amor e acolhimento. A igreja não deve julgar as pessoas pelo seu nascimento, mas ajudá-las a encontrar identidade em Cristo; ensinar sobre a graça e a nova identidade em Cristo; Aconselhar e discipular as famílias; promover uma cultura de restauração e não de condenação. Jesus tratava os pecadores com graça e verdade. A igreja precisa fazer o mesmo”, conclui.




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